Por Guilherme Paladino

Amazônia sob Bolsonaro: descaso e abandono

Por Leonardo Lucena

Os recentes assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira foram apenas mais um sintoma do abandono e descaso da Amazônia, agravados durante o governo Bolsonaro

De acordo com relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apenas em 2021, 32 servidores públicos, como Bruno Pereira, e lideranças indígenas da região sofreram ameaças de morte

Os povos indígenas e os quilombolas foram os que mais sofreram com o aumento da violência na região nos últimos dez anos. Foram 313 assassinatos, sendo 26% de indígenas e 17% de quilombolas

Este número representa 70% de todos os assassinatos por conflitos relacionados à terra no Brasil desde 2012. Ou seja, a região é, de longe, o lugar que mais concentra violência neste quesito no país

Em 2013, havia 1.360 servidores da Funai fixos na Amazônia Legal. Hoje, só metade: 689, aponta documento do Inesc. A estrutura do órgão vem sendo continuamente esvaziada

A violência é consequência do aumento de invasores na região, que exploram ilegalmente cada vez mais recursos da Amazônia com o respaldo de Bolsonaro, que vem desmontando legislações ambientais

As consequências aparecem no desmatamento. De acordo com reportagem do UOL, a Amazônia perdeu em 2021 a maior área de vegetação dos últimos 15 anos: foram 13.038 km²

Tal área é 8 vezes maior que a cidade de São Paulo e representa um aumento de 73% em relação ao desmatamento registrado em 2018, com Michel Temer, que foi de 7.536 km²

Dos 9 estados da Amazônia Legal, 8 apresentaram aumento nos índices de desmatamento sob a gestão Bolsonaro. O Pará, líder no quesito desde 2006, dobrou: 2.744 km² em 2018 para 5.238 km² em 21

O estado do Amazonas também sente o reflexo da política destruidora: no ano passado, o desmatamento no estado superou o do Mato Grosso, fato inédito desde 1988, quando começaram as medições pelo Inpe

O desmatamento registrado no AM em 2021 foi de 2.306 km², mais do que o dobro em relação a 2018, que foi de 1.045 km²

Uma das atividades que mais contribui para a devastação, e que aumentou com Bolsonaro, é o garimpo. O desmatamento para extração mineral aumentou em sete vezes entre 2015 e 2021: 18 km² para 121 km²

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