Por Guilherme Paladino

Atiradores, colecionadores de armas e caçadores quintuplicam no governo Bolsonaro

Por Leonardo Lucena

Desde 2019, Jair Bolsonaro (PL) faz alterações no Estatuto do Desarmamento e nas regras dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro (PCE), desburocratizando o acesso a armas e munições

A partir da alteração, inclusão ou revogação de mais de 300 medidas sobre o tema, o atual chefe do Executivo facilitou, e muito, o acesso à licença de colecionador, atirador ou caçador (CAC) no Brasil

De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, em 2018 havia 117.467 pessoas com o registro de CAC no país. Este número aumentou para 673.818 até 1 de julho de 2022, um crescimento de 474%

Por causa da política armamentista de Bolsonaro, há mais CACs no Brasil do que policiais militares na ativa (406 mil) e integrantes das Forças Armadas (360 mil)

Em acervos particulares, há 957,3 mil armas registradas como pertencentes a caçadores, atiradores ou colecionadores e outras 692,5 mil em mãos de cidadãos comuns autorizados a portá-las ou possuí-las

Em meio a tal cenário, também começa a surgir um movimento para a eleição de CACs a cargos políticos. Ainda segundo o Estadão, a Associação Proarmas tem 57 possíveis candidatos em 2022

O grupo, que almeja criar um partido, visa ocupar câmaras estaduais e o Congresso Nacional, além de apoiar candidatos ao Executivo. Eles propõem a revogação do Estatuto do Desarmamento

O movimento tem apoio de Bolsonaro, que já gravou vídeo ao líder do Proarmas, Marcos Pollon, pré-candidato à Câmara pelo MS, onde disse: “abraço a todos (CACs), vamos em frente que o Brasil é nosso”

E além do crescimento da mobilização política em torno do tema, a facilitação do acesso às armas também ajudou a abastecer os arsenais de facções criminosas como o PCC

A polícia descobriu que o PCC ordena que seus integrantes tirem a licença de CAC para comprar armas e munições. Com a desburocratização bolsonarista, a prática tornou-se fácil e vantajosa

“Integrantes do PCC pagavam de R$ 35 mil a R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo e agora pagam de R$ 12 mil a R$ 15 mil num 556 com nota fiscal” disse o promotor de Justiça Lincoln Gakiya ao Estadão

A logística também ficou facilitada: não há necessidade de importar com helicópteros vindos de países vizinhos.

Também não há mais rigidez no rastreamento e identificação de armas e munições. Brasil é agora um país armado e uma terra quase sem lei

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