Por Juca Simonard

Brics pode ficar maior

Por Leonardo Lucena

A derrota dos Estados Unidos no Afeganistão e a guerra da Rússia na Ucrânia contra a Otan alteraram a correlação de forças do mundo unipolar

A fragilidade do controle dentro do eixo EUA-União Europeia tem favorecido, segundo especialistas, o surgimento de um mundo multipolar, com o fortalecimento de países como Rússia e China

A situação política mundial permitiu que o mundo olhasse de outra forma para o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cinco importantes países do chamado “3º Mundo”

O enfraquecimento da dominação ocidental fez com que o interesse por países do Sul Global de ingressar neste bloco aumentasse

Agora, a Argentina, a Arábia Saudita e o Irã estudam participar deste bloco, que ganharia ainda mais força na América Latina e no Oriente

A Argentina é o segundo país sul-americano mais importante economicamente, enquanto Arábia Saudita e Irã são importantes potências petrolíferas

O bloco abrigaria mais três países que, juntos, somam cerca de 160 milhões de habitantes. Atualmente, os países do Brics já são responsáveis por 3,20 bilhões de habitantes

Da mesma forma, compõem o Brics atualmente cinco países extremamente ricos em commodities, e a chegada dos três novos aumentaria ainda mais a força econômica da aliança

Essa integração, se confirmada, ocorreria junto de uma mudança nas transações internacionais, lideradas por Rússia, China e Índia, que fortalecem suas moedas nacionais em detrimento do dólar

No Brasil, sob o governo Jair Bolsonaro, o bloco se enfraqueceu. Entreguista, o brasileiro tem buscado favorecer o controle norte-americano

No entanto, uma possível vitória do ex-presidente Lula, que, segundo as pesquisas eleitorais, é o favorito para vencer o pleito este ano, reverteria a atual situação

Lula, em discursos pelo Brasil, já afirmou que pretende fortalecer o Brics e lutar por uma alternativa ao dólar enquanto moeda internacional

Durante os governos petistas, as alianças com outros países do Sul Global permitiram um grande salto no desenvolvimento da economia nacional – o que foi revertido pelo golpe de 2016 e pela Lava Jato

Assim, as declarações de Lula apontam no sentido de reverter a situação de terra arrasada da economia nacional realizada pelo golpe e a política neoliberal de Michel Temer e Bolsonaro

A reintegração do Brasil como país atuante no Brics deve favorecer a tendência de enfraquecimento do domínio mundial dos EUA e da União Europeia

É um caminho para restabelecer e aprofundar a soberania nacional

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