Por Guilherme Paladino

Mudanças climáticas provocam recordes de calor na Europa

Por Leonardo Lucena

A Europa vive uma crise de calor: as temperaturas estão batendo recordes históricos, incêndios estão se alastrando e pessoas morrendo

Somente em Portugal e na Espanha, dois dos países mais afetados, mais de 1.700 pessoas morreram em decorrência do calor, de acordo com a OMS. No país lusitano, as temperaturas ultrapassaram 40ºC

Os dois países e outros vizinhos europeus sofrem com incêndios devido às altas temperaturas, a seca prolongada e o desmatamento. As queimadas na Espanha já atingiram 190 mil hectares em 2022

O Reino Unido registrou a maior temperatura de sua história: 40,2ºC. Com incêndios em Londres, bombeiros tiveram o dia mais movimentado desde a 2ª Guerra

Apesar de tais eventos climáticos poderem ser classificados como ‘naturais’, o aumento de sua frequência e intensidade está ligado à ação humana, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM)

“A mudança climática influenciou a probabilidade de extremos no Reino Unido. A chance de ver 40ºC pode ser até 10x maior do que sob um clima não afetado pela ação humana”, disse cientista do MetOffice

Ao G1, o doutor em meteorologia Marcelo Seluchi explicou que a causa da onda de calor atual na Europa é uma área de alta pressão atmosférica que está em situação de bloqueio na região

“Fica bloqueada e não sai dali. No verão, isso causa onda de calor. O solo aquece porque está seco e, com menos horas à noite, ele esfria menos. Com isso, a cada dia a temperatura aumenta um pouco”

Hans Kluge, chefe da OMS na Europa, enfatizou a “necessidade desesperada de ação pan-europeia para combater as mudanças climáticas, que ameaçam a saúde individual e a própria existência da humanidade”

“Para que isso aconteça, governos devem mostrar vontade política e real liderança na implementação do Acordo de Paris, com colaboração substituindo a divisão e a retórica vazia”, complementou

Em meio à onda de calor, uma crise energética também se desenha: ao mesmo tempo em que a demanda aumenta, principalmente pelo uso de ar-condicionado, a Rússia reduz o fornecimento de gás ao continente

O país alega questões técnicas, mas o Ocidente crê que o corte é proposital, em retaliação ao apoio europeu à Kiev na guerra contra a Rússia. A capacidade do principal gasoduto está em 20% atualmente

Segundo a Gas Infrastructure Europe, a União Europeia está com um nível de 64% de armazenamento de gás. A preocupação para os próximos meses aumenta a cada dia

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