Por Guilherme Paladino

Racismo no futebol sul-americano

Por Leonardo Lucena

Ao menos nove casos de racismo ocorreram em partidas envolvendo clubes brasileiros nas competições da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) neste ano

O primeiro foi em fevereiro, no duelo entre Millonarios (COL) e Fluminense, pela 2ª fase da Libertadores. O vídeo mostra colombianos chamando atletas brasileiros de “macaquinhos da favela”

Na fase seguinte da competição, em março, o Fluminense novamente foi alvo de racismo, quando enfrentou o Olímpia. O clube paraguaio foi multado em, ao todo, US$ 78 mil pela Conmebol

A partir de abril, o número de incidentes explodiu. Em River Plate x Fortaleza, na Argentina, um torcedor argentino jogou pedaços de banana em direção aos brasileiros. Multa mínima de US$ 30 mil

No dia 26, mais dois casos. O primeiro foi em São Paulo, quando um torcedor do Boca Juniors imitou um macaco para a torcida do Corinthians. Ele foi identificado, detido pela PM, mas já está solto

O segundo caso da noite também envolveu argentinos: em Buenos Aires, torcedores do Estudiantes de la Plata gritaram ‘monos’ (macacos) para a torcida do Red Bull Bragantino. Multa de US$ 30 mil

Apenas um dia depois, foi a vez da torcida do Palmeiras sofrer racismo. Em duelo no Equador, um torcedor do Emelec gritou ‘macaco’ repetidas vezes diante da torcida alviverde. Multa de US$ 30 mil

No dia 28, diante da Universidad Católica, flamenguistas também foram vítimas de discriminação racial: um torcedor chileno imitou macacos na arquibancada. Multa de US$ 30 mil para o time da casa

Não bastasse o lamentável caso do jogo de ida, também houve racismo na volta, em maio. Desta vez, um jovem torcedor do Boca Juniors fez gestos racistas diante da torcida do Corinthians na Argentina

E os casos não ficam restritos à Libertadores: pela Sul-Americana, em 26 de maio, um torcedor do Independiente fez gestos de macaco para a torcida do Ceará, em Avellaneda

Após pressões de clubes brasileiros e da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Conmebol publicou nota, em 27 de maio, anunciando medidas para combater o racismo nos estádios

A entidade subiu o valor mínimo da multa de US$ 30 mil para US$ 100 mil em casos de “insultos ou atentados contra a dignidade humana”, além de suspender jogadores envolvidos por, no mínimo, 5 jogos

Aos clubes, além da multa, também há a possibilidade de disputar jogos sem torcida, com bloqueio total ou parcial do estádio, caso seus torcedores ou funcionários se envolvam em casos de racismo

Após o intervalo de um mês entre a fase de grupos e as oitavas de final, a Libertadores estará de volta a partir de 28 de junho, com as novas regras já em vigor

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